sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

SOBRE O PRIMEIRO ROMANCE DE ASSIS COELHO




Que a vida de Lima Barreto renderia um romance todos nós sabíamos, só que, até então, caso eu não esteja enganado, ninguém havia se habilitado a escrevê-lo. Assis Coelho, depois de defender sua tese de mestrado sobre a vida e a obra do autor de “Triste fim de Policarpo Quaresma”, encheu-se de entusiasmo e escreveu esse romance.
Narrando em detalhes os passos e descompassos de Lima Barreto, Assis nos faz penetrar no universo suburbano e angustiado desse autor. Podemos visitar, através da sua narrativa realista, o Rio de Janeiro do início do século XX.  Assim, o livro é, também, um documento histórico que nos permite entender o panorama do Rio naqueles conturbados anos do século XX. Além disso, é um meio para acompanharmos a vida do escritor carioca até a sua morte. A existência de um autor marcado pela genialidade e pelo preconceito dá o tom de drama que perpassa a narrativa de Assis Coelho.
Para os que quiserem comprar o livro “Lima Barreto, um caminhante libertário”, basta acessar o site da Editora Baraúna: www.editorabarauna.com.br

ALGUNS COMENTÁRIOS SOBRE “LIMA BARRETO, UM CAMINHANTE LIBERTÁRIO”:

Seguir os passos do autor de O Triste Fim de Policarpo Quaresma pelas ruas do Rio de Janeiro, no início do século XX, e conhecer de perto seu dia-a-dia de miséria e revolta, de lucidez e embriaguez, agora já é possível. Para tanto, basta mergulhar na leitura deste romance de Assis Coelho, que nos apresenta, com grande sensibilidade, o cotidiano do amargo e genial Lima Barreto.
                                       Geraldo Lima, escritor e professor.  

O texto de Assis Coelho cativa pela linguagem, interessa pelo assunto, reflete pela intensidade. As descrições perpetradas com a autoridade de uma testemunha ocular registram um cenário que expõe a condição humana, revelam dores que atravessam o tempo e o espaço. "Eram dores tão parecidas, eram dores tão semelhantes sob peles de cores diversas." Desse modo, Assis consegue representar o todo pela parte por meio de um Lima feito do barro brasileiro, matéria universal. Refletem mazelas não só do Rio do início do século XX, mas também as que assolam o Brasil de hoje ou, talvez, o Brasil de sempre.
Juscelino Sant’Ana, professor e Mestre em Linguística Aplicada.

Assis Coelho ficcionaliza em breves páginas a vida do escritor Lima Barreto, enfatizando as relações familiares e as dificuldades com a bebida; a oposição ao establishment; e a acuidade do olhar que ele lançou, por meio de suas obras, sobre uma cidade que se transformava, ignorando a maioria de seus cidadãos. É do entrelaçamento dessas três ordens que se nutre tão bem o texto de Francisco, valorizando, sobretudo, o caminhante que só a morte pode deter, liberto, afinal, das desditas contra as quais lutou durante sua vida.

Maria Isabel Edom Pires, doutora em Literatura Brasileira (UNB)

         De uma maneira bem particular, Assis Coelho narra a vida de Lima Barreto e nos deixa uma saudade de tempos não vividos por nós. Cita lugares pitorescos, descreve imagens de sonhos e revoltas. Em certo momento cita: "...Saiu assobiando um novo chorinho de nome "carinhoso" que um rapaz chamado Pixinguinha havia composto...". Que momento importante aquele. A bebida, o hospício, os preconceitos enfrentados por Lima Barreto, a descrição do Rio antigo e suas paisagens maravilhosas que se estendem pelo tempo. Assis nos retrata tudo isso de maneira que a vontade é de se chegar ao final do último capítulo.    

Dora Duarte, poetisa.

Assis Coelho traz-nos à lembrança exemplo de um brasileiro de convicta e destemida brasilidade, que se impôs contra um regime republicano opressor e uma sociedade xenófoba, deslumbrada, exploradora e hipócrita, de um Rio de Janeiro no ocaso do séc. XIX e início do XX. Valendo-se, ora da onisciência, ora da onipresença, numa panvisão histórico-urbana, o autor mergulha na mente e alma de seu biografado, expondo com minúcias o sofrido sonhador de utopias possíveis contra “... um Brasil com seu povo servil”.

Ronaldo Alves Mousinho, Presidente da Academia de Letras de Taguatinga-DF.


Assis Coelho é escritor e professor de Inglês da Secretaria de Educação do Distrito  Federal. Formou-se em Letras no CEUB e fez mestrado na UNB. Publicou os livros de conto “Labirintos” e “Homens de Fumaça”.



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