sábado, 25 de agosto de 2012

Filho do raio


Por Aimé Césaire

E sem que ela tenha se dignado a seduzir  os carcereiros
em seu corpete se desintegrou um buquê de colibris
em suas orelhas germinaram rebentos  de atóis
ela me fala uma língua tão doce que a princípio eu
não compreendo mas com o tempo adivinho que ela
me afirma
que a primavera  chegou à  contracorrente
que toda sede está saciada que o outono se  
conciliou conosco
que as estrelas na rua floriram em pleno meio-dia e
muito baixo suspendem seus frutos 

(Tradução: Geraldo Lima) 
 

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