domingo, 2 de dezembro de 2012

Paciência tem limite


Por Geraldo Lima

Mudar de endereço é se embrenhar num emaranhado de situações complicadíssimas, algumas de causar desânimo e quase desespero.

Tivemos, por força das circunstâncias, que trocar de operadora de telefonia e de banda larga. Fiz orçamentos dentro da "variedade" de operadoras disponíveis no mercado e optamos, obviamente, pela que ofereceu os melhores preços e, aparentemente, os melhores serviços.

Marcado o dia de instalação, lá estou eu à espera dos técnicos. A tarde toda. Apareceram? Hum! Ligaram remarcando e pedindo desculpas. Sou do tipo que acredita nas pessoas até o derradeiro segundo. Vieram? Hum! E ficamos na espera quase uma semana, até que minha paciência se esgotou (sou humano, ué!) e liguei para cancelar o contrato. (Isso num sábado.)  Bom, a atendente fez o jogo dela: prometeu que naquele dia mesmo ainda iriam fazer a instalação, que ela iria falar com o coordenador... Imaginei que esse coordenador tivesse algum poder e confiei. Mas fui taxativo: se não me aparecerem até o meio-dia, já era! Apareceram? Hum!
 
 Firmamos contrato com outra operadora por força das circunstâncias. Parecia que estava tudo certo, até  nos  telefonarem dizendo que eles (os cancelados) não estavam liberando a tal da portabilidade, que o contrato não havia sido cancelado... O quê?! Liguei pra tal operadora com um único propósito: encerrar o imbróglio de uma vez por todas, por bem ou por mal (às vezes chegou aos extremos). O atendente tentou fazer o jogo dele; eu, no entanto, estava intransigente naquele dia, estava com a gota-serena! Ele vinha com desculpas e promessas,  e eu só dizia não! Quando parecia que ele havia entendido de fato o meu intento, eis que me aparece com uma história meio absurda: por obrigação, teria que me apresentar as propostas do sistema. Mas eu só quero cancelar o contrato, meu caro!, bradei. E ele continuou dizendo que não tinha como sem antes ouvir o que o SISTEMA tinha a me apresentar. E foi assim  que se deu o caso: ele sumia por alguns minutos e voltava com a proposta do sistema. Coisa tentadora. Mas eu continuava inflexível, duro, seco: Não! O atendente sumia de novo e voltava com uma proposta ainda mais tentadora. Não!, respondia eu. (Estava tão orgulhoso dessa minha inflexibilidade, resistindo a grandes tentações.) Por curiosidade, queria ouvir a voz do sistema, porém só o silêncio pulsava nesse intervalo em que o atendente mergulhava no nada. Por fim, tive a impressão de ouvir um burburinho lá no fundo, parecia haver agora uma voz junto ao atendente, acossando-o, instigando-o, uma voz feminina... Era essa a voz do sistema?! Imaginei que estivessem dizendo algo como: Esse safado está querendo é regalias, ele não quer pagar mensalidade alguma... 

Quando o atendente emergiu desse burburinho, percebi que a negociação havia chegado ao fim. Ele jogou a toalha. Mas antes veio com aquela velha história de exaltar a operadora, que era uma pena eu ter cancelado o contrato, pois se tratava da melhor (não me lembro se disse a maior) prestadora de banda larga da América Latina, e blá-blá-blá... E eu, orgulhoso da minha inflexibilidade!

Nenhum comentário:

Postar um comentário